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LIMITES: uma mensagem para refletir

 

“UMA CRIANÇA A QUEM SE CEDE EM TUDO IMEDIATAMENTE, A QUEM NUNCA SE RECUSA NADA, SUPORTA MAL A FRUSTRAÇÃO”

DONALD WINNICOT


Compartilhamos este texto, escrito por mônica monasterio, como um convite à reflexão de como podemos agir na educação de nossos pequenos e pequenas. acreditamos sempre em um meio termo, onde possamos unir uma educação amorosa e respeitosa, com a imposição de certos limites saudáveis e necessários ao crescimento. convidamos todas e todos a fazerem a leitura e a compartilharem conosco, NOS COMENTÁRIOS, suas opiniões e reflexões acerca deste.


LIMITES: uma mensagem para refletir

Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os  erros de nossos progenitores. E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na história. 

O grave é que estamos lidando com crianças mais "espertas", ousadas, agressivas e poderosas do que nunca. 

Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro. Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.

Os últimos que tivemos medo dos pais e os primeiros que tememos os filhos. Os últimos que cresceram sob o mando dos pais e os primeiros que vivem sob o jugo dos filhos. E o que é pior, os últimos que respeitamos nossos pais e os primeiros que aceitamos que nossos filhos nos faltem com o respeito. 

À medida em que o permissível  substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudou de forma radical, para o bem e para o mal. Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam suas ordens e os tratavam com o devido respeito. E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.

Mas, à medida em que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram-se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem. E são os filhos quem, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir  e viver. E, além disso, os patrocinem  no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer; os papéis se inverteram, e agora  são os pais quem tem que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso,  como no passado.

Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para ser os melhores  amigos e "tudo dar" a seus filhos. Dizem que os extremos se atraem.


Se o autoritarismo do passado encheu os filhos de medo de seus pais, a debilidade do presente os preenchem de medo e menosprezo ao nos ver tão débeis e perdidos como eles.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão. Se o autoritarismo suplanta, o  permissível sufoca.

Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores, porque vamos à frente liderando-os e não atrás, os carregando e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual está afundando uma sociedade que parece ir à deriva, sem  parâmetros nem destino.

Os limites abrigam o indivíduo.

Com amor ilimitado e profundo respeito.

Mônica Monasterio


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